Gerenciamento de custos e as novas tecnologias de produção

O mundo vem assistindo à uma continuada revolução econômica-financeira-contábil, especialmente através do incessante surgimento de novos conceitos, instrumentos e produtos que, graças as maravilhas da tecnologia da informação, se tornaram acessíveis aos gestores.

O processo de profundas alterações que o nosso País atravessa, como resultado de fatores históricos internos e de uma opção clara no sentido da sua integração num espaço mais amplo, sofisticado, desenvolvido e competitivo, conduziu os nossos gestores à necessidade de, rapidamente, se adaptarem às estruturas internas das suas empresas e a aperfeiçoarem os seus métodos de gestão global, particularmente no domínio da gestão financeira.

Competidores que implementem tecnologias estrategicamente importantes podem obter vantagens competitivas através de reduções de custos, melhorias de qualidade, reduções de prazo de entrega e melhor resposta aos clientes.

Neste sentido a proposta deste artigo será a necessidade de busca da excelência no gerenciamento de custos através das novas tecnologias de produção, onde se obtem melhor qualidade, menor custo, máximo aproveitamento e desperdício zero.

2 – Novas tecnologias de proodução

Foi basicamente a partir da segunda metade dos anos 70 que os principais países ocidentais industrializados começaram a sentir o impacto da prática de uma nova forma de competição global, por parte de países como o Japão, Coréia do Sul, Taiwan e outros. Descobriu-se, então, que na raiz das tecnologias avançadas de produção e novas filosofias de gestão empresarial, tais como JUST-IN-TIME ( JIT), Total Quality Control ( TQC), Computer Aided Design (CAD), Computer Aided Manufacturing (CAM), Flexible Manufacturing System (FMS) e Computer Integrated Manufacturing (CIM), estava, na verdade, a implementação da «Filosofia de Excelência Empresarial». Desde então , e intensificando-se cada vez mais no decorrer dos anos 80, as empresas despertaram para a nova realidade, e novas tecnologias avançadas de produção e filosofias de gestão empresarial começaram a ganhar espaço e maior atenção, tanto em nível das próprias empresas, como em nível de acadêmicos e pesquisadores. Foi nesse novo ambiente que se identificou a necessidade de se desenvolver uma forma de integração conceitual e sistêmica entre os processos de controle gerencial e de gestão de manufatura (Nakagawa, 1993).

As empresas já estão fazendo altos investimentos para atender e satisfazer seus compromissos, as que não acompanham a essas evoluções, serão obrigadas a se reposicionar ou a encerrar suas atividades. Em face destas mudanças, muitos começam a questionar-se sobre como deveria ser uma moderna técnica de apuração dos custos que lhes permitissem gerir e decidir sobre seus negócios.

3 – Custo baseado em atividade

Embora o conceito de Custo Baseado em Atividade ( ABC , na sigla em inglês ) já existia há muitos anos, está sendo alvo de interesse renovado por parte dos executivos financeiros. Isso se deve ao surgimento de novas tecnologias que aumentam a capacidade do ABC de melhorar o desempenho da empresa, permitindo que os executivos financeiros assumam um papel mais estratégico.

O ABC é um modelo relativamente novo de gerenciamento de informações referente a custo. Muitas organizações ainda estão fazendo a transição de um modelo tradicional de determinação de custos, apoiado no tripé matéria-prima / mão-de-obra / custos indiretos, para um custo padrão ou baseado em recursos. As primeiras empresas a adotar o ABC chegaram ao limite do que a tecnologia podia oferecer e fizeram o possível para que a organização se comprometesse com um ambiente de trabalho realmente dividido em atividades. Em resultado, o ABC enfrentou dificuldades para cumprir o que prometia e os responsáveis pelos projetos ABC – em geral, executivos financeiros que, trabalhavam com o pessoal de sistemas de informação ( IS, na sigla em inglês) – eram responsabilizados quando o modelo não correspondia às expectativas (Geishecker,1997).

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A ferramenta da determinação de Custos com Base em Atividades ( Activity Based Costing, ou simplesmente ABC) permite relacionar os custos de quase todos os recursos da organização com produtos específicos que estão sendo fabricados e com clientes que estão sendo atendidos.

O ABC, na atualidade, representa muito mais que um novo sistema de custeio, significando o estado da arte no gerenciamento de custos, com várias aplicações dentro das empresas, pois permite a análise detalhada e compreensiva de custos de qualquer natureza, sempre sob o enfoque das atividades desenvolvidas e respectiva contribuição ( agregar valor) para o negócio ( Coopers & Lybrand, 1994).

Conforme Cogan (1999) o ABC representa um avanço em relação às práticas tradicionais de custeio para a obtenção de custos indiretos dos produtos de forma mais precisa.

3.1 – Principais benefícios do ABC

  • identificar as reais fontes geradoras de custo em função dos geradores de custos, podendo desta forma, identificar exatamente quais e onde os recursos vêm sendo consumidos.
  • identificar o grau de valor agregado que cada atividade atribui ao negócio.
  • identificar o custo efetivo dos produtos e processos em função da eliminação das distorções propiciadas pelos atuais sistemas de rateio, atribuindo aos objetivos de custeio os custos efetivamente incorridos.
  • permite estabelecimento de custo alvo ou meta para cada atividade, possibilitando a gestão desses custos na fonte, eliminando arbitrariedades nos processos de redução de custos.

De acordo com Coopers & Lybrand (1994) nos últimos anos, com a rápida evolução tecnológica, o ciclo de vida dos produtos vem acentuando o uso de sistemas informatizados cada vez mais abrangentes e rápidos, como é o caso do CIM ( Manufatura Integrado por Computador).

4 – CIM – Fabricação Integrada por Computador ou Manufatura Integrada por Computador.

É o uso de computadores e várias técnicas avançadas de fabricação para executar ou assistir nas atividades necessárias para fabricar um item. É necessário que haja integração computadorizada entre as três etapas, que são:

Engenharia do produto( o desenvolvimento da idéia do produto);

A engenharia do processo(a formatação e a definição da forma de executar a fabricação do produto);

A fabricação propriamente dita.

O CIM – busca agilizar e integrar o processo produtivo a partir do desenvolvimento do produto, até a fabricação final. O CIM desenvolve um novo modo de administrar a empresa, automatizando o fluxo de informações entre operações e atividades e compartilhando as mesmas entre engenharia, produção, contabilidade, marketing e vários grupos de apoio. O CIM permite respostas a fatores críticos de sucesso, tais como:

  • Ciclos de entrega mais curtos
  • Menor investimento em inventários
  • Menor gasto operacional
  • Custos indiretos menores
  • Ciclos de desenvolvimento de projetos mais curtos.

5 – JIT – Just-in-Time

É uma abordagem logística desenhada para resultar em mínimo inventário e desperdício durante o processo de manufatura.

A empresa não deve ter estoques de materiais;
Não deveria ter estoques de produção em processo;
Não deveria ter estoques de produtos acabados;
Sua filosofia é requisitar peças e itens de produção apenas quando necessários.

5.1 – Elementos fundamentais num sistema JIT

a empresa deve aprender a trabalhar com poucos fornecedores, assegurando assim a qualidade e prazos de entrega de materiais;
os fornecedores devem ter condições de entregar os materiais em lotes pequenos, de forma rápida; a empresa deve implementar a filosofia de Controle Total de Qualidade, pois nenhum defeito pode ser permitido durante o processo fabril;
a empresa deverá ter operários especializados.

5.2 – Idéias centrais do JIT

Todas as atividades que não agregam valor ao produto devem ser eliminadas;
Um compromisso deve ser feito para se atingir e manter a qualidade em todas as atividades da empresa.

Esses conceitos dão origem a Filosofia De Exceléncia Empresarial, que é baseada em dois princípios fundamentais:

  • contínuo aperfeiçoamento
  • eliminação de desperdícios.

5.3 – Pilares que sustentam a filosofia da excelência empresarial

  • fazendo as coisas corretas na primeira vez
  • rápida preparação das máquinas e células de produção
  • envolvimento das pessoas.

6 – TQC – Controle de Qualidade Total

É uma estratégia de gerenciamento na qual todas as funções do negócio trabalham juntos para introduzir e manter a qualidade dos produtos. Sua abordagem é: «fazendo as coisas corretas na primeira vez»

6.1 – Premissas do TQC

  • qualidade significa satisfazer às necessidades dos consumidores
  • a qualidade e o custo devem nascer com o produto
  • orientação para o cliente
  • qualidade custo e prazo.

7 – BOM – Lista de Materiais diretos necessários para produção de um determinado produto

É a estrutura do produto, decorrente da engenharia de desenvolvimento. É necessário para o desenvolvimento de engenharia, controle e movimentação de materiais.

8 – CAD/CAE – Computador Ajudando o Desenho/ Computador Ajudando a Engenharia

É um tipo de software de engenharia que permite o desenvolvimento de um desenho, impressão eletrônica ou representações visuais de componentes ou partes de manufatura em um monitor gráfico.

o produto e suas partes e peças são especificados e desenvolvidos por computadores;

o CAD/CAE juntamente com o BOM corresponde as etapas de desenvolvimento do produto, ligados a engenharia de desenvolvimento, ou engenharia do produto.

9 – CAM – Computador Ajudando a Fabricação

É o uso de computadores e várias técnicas avançadas de manufatura para executar ou assistir as atividades necessárias para fabricar um item.

É a sequência do CAD/CAE – computador ajudando desenho/computador ajudando a engenharia. Parte dos dados específicos no CAD/CAE, transformando em linguagem das máquinas que vão trabalhar as peças. É a etapa denominada engenharia do processo, ou engenharia de fábrica.

10 – CNC – Comando Numérico Computadorizado

É um sistema de controle numérico onde um computador dedicado é usado para executar funções de controle numérico, normalmente associado a equipamento de fábrica.

O CAM – computador ajudando a fabricação, alimenta os diversos equipamentos a CNC existentes na fábrica. São todos os equipamentos controlados por meio computacional.

11 – Células de produção

Um grupo de duas ou mais máquinas automatizadas dentro da empresa, ligadas entre si.

12 – FMS – Sistema de Fabricação Flexível

Um sistema integrado de máquinas e equipamentos de manuseio de materiais, desenhados para fabricar uma variedade ou partes em volumes pequenos e médio.

As máquinas componentes do FMS são controladas por computador, e são programadas para mudar rapidamente de um estágio de produção para outro.
Outro fundamento do FMS é a possibilidade de eliminação do tempo de preparação (set-up) entre uma máquina e outra componente da célula.

13 – MRP – Planejamento das Necessidades de Materiais

Um sistema que transforma o cronograma de produção em necessidades líquidas para cada componente necessário para cumpri-lo. É conjunto de técnicas que utiliza as listas de materiais, os dados do controle de estoques e o programa de produção, para calcular as necessidades de materiais, acionar e controlar a emissão de pedidos de ordens de fabricação, controlar e gerenciar os estoques e a produção.

Basicamente, o MRP trabalha com três grandes bancos de dados:
programa mestre de produção; controle de estoques; lista de materiais ou arquivo da estrutura do produto.

13.1 – Objetivos do MRP

calcular e planificar as necessidades de materiais, comprados e fabricados;
liberação dos pedidos e reprogramação dos pedidos em aberto;
liberação das ordens de fabricação e reprogramação das ordens em aberto;
calcular e planificar as necessidades de capacidade de produção;
planejamento e controle da produção e dos estoques.

14 – TOC/OPT – Teoria das Restrições/Tecnologia da Produção Otimizada

Denominada também de GDR (gerenciamento das restrições), desenvolvida por Eliyahu Goldratt, traduziu-se numa filosofia de manufatura denominada OPT (Tecnologia da Produção Otimizada.)

O que determina a resistência. A «força» de uma corrente (um processo fabril, por exemplo, é seu elo fraco. Só existe um elo fraco numa corrente. Este elo fraco restringe o melhor desempenho de toda a corrente (de todo o processo). Essa restrição ou gargalo é que deve ser imediatamente trabalhada. Eliminada a primeira restrição, outras restrições, outros elos fracos da corrente, irão aparecer, e assim sucessivamente, num continuo aperfeiçoamento e fortalecimento do processo produtivo e empresarial

14.1 – Passos necessários para colocar a teoria em prática

identificar a restrição do sistema, que é justamente o elo mais fraco;
explorar a restrição, ou seja, eliminar as perdas e aumentar o ganho;
subordinar tudo à decisão anterior; ultrapassar a restrição; voltar ao primeiro passo e identificar a nova restrição.

Na TOC, todo o processo de filosofia empresarial deve estar centrado nas receitas e não nas despesas e custos. As despesas e custos são apenas recursos para produzir receitas e ganhos.

Goldratt tem expresso, até de forma violenta que a contabilidade de custos não tem valor nenhum para a empresa, sendo até um empecilho para o atingimento de suas metas de resultados positivos.

Partindo do pressuposto de quem faz o preço é o mercado, uma contabilidade de custos para apenas apurar custos e formar preços de venda não tem sentido nenhum. Segundo o autor, deve haver uma mudança radical no pensamento dos empresários de forma que «abandonem o mundo dos custos, para qual foram treinados, e ingressem no mundo dos ganhos em que está a intuição e os resultados positivos».

15 – Conclusão

Avanços em Tecnologia de processo possibilitarão as empresas obterem vantagem competitivas através da excelência de fabricação. Competidores que implementam tecnologias estrategicamente importantes podem obter vantagem competitivas através de reduções de custos, melhorias de qualidade, reduções de prazo de entrega e melhor resposta aos clientes.

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Pereira Kraemer Maria Elisabeth. (2005, marzo 17). Gerenciamento de custos e as novas tecnologias de produção. Recuperado de https://www.gestiopolis.com/gerenciamento-de-custos-e-as-novas-tecnologias-de-producao/
Pereira Kraemer Maria Elisabeth. "Gerenciamento de custos e as novas tecnologias de produção". gestiopolis. 17 marzo 2005. Web. <https://www.gestiopolis.com/gerenciamento-de-custos-e-as-novas-tecnologias-de-producao/>.
Pereira Kraemer Maria Elisabeth. "Gerenciamento de custos e as novas tecnologias de produção". gestiopolis. marzo 17, 2005. Consultado el . https://www.gestiopolis.com/gerenciamento-de-custos-e-as-novas-tecnologias-de-producao/.
Pereira Kraemer Maria Elisabeth. Gerenciamento de custos e as novas tecnologias de produção [en línea]. <https://www.gestiopolis.com/gerenciamento-de-custos-e-as-novas-tecnologias-de-producao/> [Citado el ].
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