¨Só existe um país forte, com empresas fortes. Empresas fortes são as empresas prósperas¨. Prof. Antônio Lopes de Sá.
1 – SOBRE A LUCRATIVIDADE – O objetivo de uma célula social não deve ser só o lucro. Ele é, todavia, necessário para a economicidade, isto é, a vitalidade e perpetuação da empresa através do tempo. Sem lucratividade não há condição de se manter a continuidade, como, também, uma planta não sobreviveria sem água, murchando, morrendo. Assim, também, aconteceria com a empresa sem lucro. A lucratividade é o aumento efetivo da riqueza pela dinâmica do capital e é necessária para a sobrevivência da empresa, mas, não é só isto, a organização precisa ter uma visão ambiental. Isto é, uma visão social e com o meio ambiente natural que é seu entorno. Cada vez mais a empresa precisa se preocupar e se colocar a serviço da comunidade onde está inserida. Há responsabilidade sócio-ambiental da célula social na sociedade onde ela está, assim, como influencia o entorno, este exercer, também, influência na empresa. Há uma constante inteiração entre a célula social e o entorno. Isto é axiomático.
2 – SOBRE A RESPONSABILIDADE SOCIAL – A doutrina neopatrimonialista enfoca o sistema da socialidade como um estudo sobre as necessidades internas e externas da célula social. Internas quanto ao desenvolvimento intelectual e o bem estar de seu pessoal e externa quanto ao cuidado com a comunidade e a natureza, principalmente a organização que utiliza o meio ambiente natural para sua economicidade. Essa tem a necessidade de repor, quando possível, o que tirou da natureza. Por exemplo, uma cervejaria utiliza a água para fabricar a cerveja. Ela tem a necessidade de cuidar da água em sua pureza e repor para a natureza a água não contaminada. Uma indústria de palito tem a necessidade de repor as árvores que tirou da natureza, pois, se não fizer isto chegará o momento que faltará a matéria prima para o desenvolvimento de sua atividade e com isto a dificuldade de sua sobrevivência e prosperidade. A preocupação com o desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade, hoje, é fundamental para a sobrevivência da célula social e de toda a humanidade.
3 – SOCIALIDADE E EMPREENDIMENTO HUMANO – A empresa não é uma instituição isolada, mas, parte da comunidade. Segundo o Prof. Lopes de Sá, a célula social está contida em um todo complexo (natureza, seres e sociedade humana, Estado etc.) e o patrimônio da mesma deve cumprir objetivos que visem não só a satisfazer as necessidades próprias e individuais, mas, também, as de interação com o entorno referido, prioritariamente objetivando a beneficiar os fins humanos. Ainda, segundo Prof. Lopes de Sá, o sistema da função patrimonial da Socialidade tem por finalidade suprir necessidades sociais da célula, através da produção de fatos da riqueza desta, volvidas a influir beneficamente sobre os agentes transformadores do patrimônio, quer internos, quer externos, prioritariamente com objetivos humanos e altruístas, coerentes com a consciência social, embora, também, em decorrência, disto, podendo extrair proveito próprio. Se houver prosperidade patrimonial da célula social ela beneficia a comunidade por gerar novos empregos, atrair empresas fornecedoras, ampliar seus negócios, aumentar sua expansão com filiais na comunidade onde está inserida, como, também, em outras cidades, auxiliando seu pessoal na capacitação intelectual por meio de cursos, poderá, também, em decorrência, dar mais estabilidade ao pessoal interno, pagar melhores salários aos empregados, aumentar sua contribuição com o governo etc. Há, também, por parte de alguns empresários, maior cuidado com o meio ambiente natural, há meio patrimonial (capital) que se pode aplicar para evitar a poluição da natureza e criar um ambiente favorável e saudável à comunidade.
4 – SOCIALIDADE E AMBIENTE NATURAL – Atualmente se amplia à visão teórica e prática para alcançar os problemas atinentes ao ambiental natural da empresa. Há preocupação do empresário com o entorno. A visão social não é nova, pois, Carlo Ghidiglia, o gênio do Controlismo, reconheceu que a ¨influência dos fatores exógenos, ou seja, o social, os econômicos, opera-se de forma diferente em cada lugar, dependentes que são dos psicológicos e de tradições de cada povo e que tudo isso tem repercussão na vida da riqueza¨. (Prof. Lopes de Sá. História Geral e das Doutrinas da Contabilidade pg. 85). Dietrich (1914) da escola aziendalista da Alemanha e Schmalenbach (1919) da escola reditualisata, também, da Alemanha defendia que a Azienda devia ter uma visão social. (Prof. Lopes de Sá, Historia Geral e das doutrinas em contabilidade, São Paulo, Atlas, 1997). Mais recente Llena (lá responsabilidad social de lá empresa (2001) www.5campus.com ) ensina que ¨a empresa pode influenciar de uma forma significativa a comunidade¨. São várias as variáveis onde a empresa influencia a sociedade. Todas as atividades devem envolver cuidado com o meio ambiente social e natural, funcionários, fornecedores, consumidores e o ambiente natural. A célula social que não incluir a variável sócio-ambiental não se torna rentável. O consumidor está atento para consumir produtos da empresa que tenha uma visão sócio-ambiental e uma visão humana com seu consumidor, também, que tenha a preocupação com a qualidade, preço de seus produtos, com a ética, com a transparência e que sejam isentos de agrotóxicos chamados produtos orgânicos, segmento, esse, de algumas empresas. Cada vez mais o cliente procura os produtos sem veneno, pois, sabe que eles prejudicam a saúde. Em paises como Alemanha, Inglaterra e outros os consumidores buscam produtos orgânicos e os consumidores brasileiros, também, estão se voltando aos produtos isentos de agrotóxicos.
5 – PROSPERIDADE E SUSTENTABILIDADE – Os empresários, os cientistas da Contabilidade, estão preocupados na atualidade, mais que outras épocas, com os problemas que agravam a ocorrência da prosperidade, especialmente no que esta deve harmonizar-se com os interesses da vida do planeta. Isto é, com um crescimento da empresa constante, mas, sem agressão a natureza uma vez que se chegou ao limite de saturação na Terra. Hoje, já se fala em homem-ecológico, pessoa voltada à preservação da natureza. Inicia-se, assim, uma nova era onde o homem se preocupa com sua casa, a Terra. O que se observa é um aumento de preocupação do empresário e da comunidade em deixar a casa limpa de poluição. Isto porque o homem vem constatando a destruição que fez, vem fazendo, em nome do progresso, na sua casa e percebe a urgência de colocá-la em ordem. Alguns cientistas contábeis estão pesquisando a chamada contabilidade ambiental (termo não muito feliz porque ambiental significa também o social) onde se ¨pensa¨ sobre o fenômeno contábil ambiental natural. Há uma preocupação séria dos empresários em cuidar cada vez mais do entorno. O Conselho Federal de Contabilidade comanda hoje uma campanha de alerta e apoio às empresas. O cientista Lopes de Sá proclama e confirma tudo isso desde a década de 70 do século XX quando afirmou em sua obra que a finalidade da Contabilidade é a Prosperidade com respeito aos valores humanos, quer interna, quer externos ao patrimônio (obras Teoria da Contabilidade, edição Atlas, São Paulo e Teoria General Del Conoscimiento Contable , edição ICAC, Madri).