Análise dos fenômenos de capitalização do capital em funcionamento

A contabilidade sempre denotou durante as fases de sua evolução o principal interesse de se estudar os fenômenos patrimoniais.Contudo, tal aspecto preponderou a partir do século XIX, quando se descobriu “a forma” da contabilidade presente nas informações e “a essência” da mesma disciplina notada nos acontecimentos da riqueza. Desde então o campo para pesquisas e análises se tornaria abundante, preocupado principalmente com os fenômenos patrimoniais.Dentre numerosas e vastas espécies fenomenológicas que estuda a contabilidade, pode-se destacar cientificamente a análise dos fatos de capitalização do capital em funcionamento, que consiste, nos aportes e reforços na fonte genuína da riqueza: o capital próprio.Portanto, a contabilidade no seu merecido patamar de ciência pode com extrema proficiência estudar minuciosamente os fatos de capitalização, constatando e aconselhando a sua eficácia, cuja importância se afigura como sinal de crescimento e prosperidade do capital de funcionamento das células sociais.

1 – Introdução – do guarda livros ao analista e consultor contábil

A contabilidade ciência imortal presente com o ser humano, desde as fases mais antigas, quando o homem possuía ainda um “pseudo-raciocínio” (se é que se pode conceber este estado como tal), ou uma sapiência não desenvolvida, se expressava na prática de registros dos fatos, porém, hodiernamente tal disciplina se preocupa mais em explicá-los a fim de produzir ou orientar uma sagaz, meticulosa e proveitosa administração da riqueza patrimonial.

Nas fases antigas – aquelas que remontam cerca de 30 a 40 mil anos atrás – quando predominava o empirismo sobre os aspectos cognitivos, o homem praticava a contabilidade, toda vez que o seu sistema nervoso pressentia algumas necessidades conforme dizia D`amore e Castro (1972), e estas para serem satisfeitas, contavam apenas com o uso de bens específicos; portanto, querendo ou não, tal conhecimento sempre se preocupou com a disciplina dos elementos patrimoniais para a eficácia humana (satisfação natural de suas necessidades).

Por estes fatos que revelam os prolegômenos de nossa ciência, concomitantemente com o surgimento do homem, que Amorim (Apud – Ferreira 1993) a designou de sabedoria primogênita e precursora, antecedendo, inclusive a administração patrimonial (porque o homem preocupou primeiro com o comportamento da riqueza para depois praticar o seu governo).

Contudo, com o passar dos tempos, a figura daquele individuo que praticava a contabilidade como profissão, era sempre voltada para a “escrita” ou o “registro” dos fenômenos patrimoniais sem se embrenhar na sua teorética, que explicava com rigor lógico as “razões” dos acontecimentos.

A contabilidade era então subentendida apenas como arte de bem manusear os livros de acordo com alguns princípios; ou era conceituada como “técnica”, mas, nem sempre como uma “prática intelectiva” exclusiva da razão tão bem pregada por Kant (1724-1804) e Comte (1798 – 1857) após o século XVII.

Uma das primeiras obras que se destacava na idade média era a “suma de arithmética geometria, proportioni et proportionalità” que continha um “Tractatus” cujos ensinamentos eram atinentes ao “método doppio”( partida dobrada) e seu adequado uso, porém, Luca Pacioli(1494), autor da obra, nunca preteriu as abordagens sobre os fenômenos diversos , que competia o autêntico e adequado registro, inclusive, considerando o lucros e a lucratividades das aziendas(Apud- Sá 1975).

A partir de então as freqüentes ilações teóricas foram externadas na “forma” contábil representadas pela conta, registro, balancetes, folhas de pagamento, balanços, prestações de contas, orçamentos, e demais informações, contudo, tal posição com o passar dos tempos se modificaria totalmente na procura da “essência” de estudos da contabilidade; isto é: os fenômenos patrimoniais. Porém, mesmo na predominância dos conceitos de “Guarda-Livros”, “Guarda – informação” ou “Guarda – Papelada” alguns poucos perceberiam que a informação só poderia ser entendida como “preliminar e não resultado final”, como bem dizia Einstein (Apud – Rohden 1987), de todo o vasto e incomensurável sistema de conhecimentos contábeis.

Dentre os notáveis escritores da contabilidade, se destaca o jesuíta Ludovico Flori (1579 – 1647) cuja habilidade de contador já conduzia a razão contábil, pois, se preocupava com a interpretação dos Balanços, principalmente, no aspecto financeiro, que era relatado pelas informações de fluxo de caixa (Apud – Carqueja 2003).

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No século XIX(um pouco mais adiante da época de Flori) o francês Jean Gustave Courcelle Seneuil (1813 – 1892) autor de livros, e professor de econômica política, ressaltava a verdadeira posição do contador voltada mais para a interpretação de contas, prevalecendo a sua singela produção, dizia o mestre (Apud – Carvalho 1973, pág 26): “Confundem algumas vezes o contador com o guarda-livros.

Entretanto, as funções de um são tão distintas das do outro, como as funções do arquiteto são distintas das do pedreiro…”. E é bom enfatizar que o professor nem sequer era contador, porém, dizia que este profissional não produzia apenas a informação.

Ora o século XIX foi a “era de ouro” para a contabilidade porque já se destacava o seu raciocínio “puro”, que dizia valer mais a explicação dos informes do que a sua própria produção, pois, o que saberia da informação o contador que apenas pratica a informação? Realmente iria se limitar todo um potencial ao seu alcance.

Portanto, quando se lastreava o raciocínio, de que a informação era um instrumento para a orientação gerencial, o contador deixou de ser um escrevente para ser um “consultor” dos patrimônios diversos, como bem disse Sá (2005): “O contador deixou de ser apenas um “informante” para transformar-se em um “consultor”, um autêntico médico da empresa e das instituições, orientando e opinando sobre os destinos dos empreendimentos.”

Então aquela figura atrabiliária que se tranca na sisudez dos escritórios, está se transformando (como lhe é natural ser) no auxiliador à gerência, coisa que sempre foi, porque a “relevação” é um termo muito usado e velho, e “velho mesmo” como já dizia Lopes Amorim (1996).

Com o uso da razão contábil, a disciplina patrimonial passava a se caracterizar em aplicações do seu conhecimento, chamadas “tecnologias” que não consistiam em apenas “informar”; a análise patrimonial foi uma delas que concretizava (como ainda concretiza e há de concretizar) explicando as demonstrações contábeis da riqueza em funcionamento.

No campo das aplicações da contabilidade, se destaca a análise contábil que procura, por meio de relações, explicar e interpretar as informações contábeis fornecidas pela relevação, de acordo com os estados patrimoniais diversos que apresenta, seja na sua estrutura ou dinâmica.

Hoje, portanto, o contador não pode nunca ser confundido de maneira desrespeitosa com o antigo guarda-livros, porque em verdade ele é um “guarda-conhecimentos” e como tal se diferencia do “gestor da informação” para ser um “gestor do conhecimento” contábil, e conceituá-lo como apenas produtor de informações, constitui ser um epíteto tão conspurcador quanto à própria falta de discernimento de quem externa tais concepções (porque a contabilidade é muito mais do que informação).

2 – O balanço e os fenômenos patrimoniais

O balanço é uma representação estática e informativa de toda a dinâmica patrimonial nos seus diversos elementos investidos e financiados, como que transformados pelos acontecimentos, durante todo um processo complexo e fenomelógico que denominamos de “exercício social”.

Portanto, existe um grande diferença entre os Balanços e os fenômenos patrimoniais, do mesmo modo em que há uma distância entre o céu acima de nossas cabeças e as estrelas milhares de quilômetros acima deste céu. O balanço apenas representa, o fenômeno que é o nosso objeto de estudos.

Lembro de um fato jocoso, quando em estreita confusão, um conhecido considerava o conjunto de “Bens, Direitos e Obrigações” como o Balanço Patrimonial e não simplesmente a “informação que representa os Bens, Direitos e Obrigações”, como é de verdade, porém, tal roldão também circulou sobre a mente dos antigos contistas, embora, nem todos eles com essência comungavam do mesmo parecer.

As informações são, pois, “retratos” ou “fotos” do capital (como certa vez escrevi, em artigo publicado na insigne revista do conselho regional do Paraná, e tal referência consta na bibliografia), que expressa um estado de equilíbrio em dado momento, no “fechamento” de causa e efeito do débito e crédito.

Portanto, se considerarmos todas as informações contábeis – dentre as espécies que chamamos de demonstrações – que representam algum tipo de equilíbrio são em essência balanços, os quais foram assuntos de teorias preciosas “relatividade” da parte de Monteiro (1983, 1984), sobre a sua relatividade ou teoria relativista, tal como dizia.

Ora, existe o balanço patrimonial (este é o mais famoso), o balanço reditual (conhecido também como demonstração do resultado do exercício), circulatório (que representa o equilíbrio das variações do capital circulante), de fluxo dos numerários (revela a simetria das movimentações do caixa, conhecido também como demonstração do fluxo de caixa), das mutações do capital próprio (mostra as variações neste grupo), do valor adicionado (que revela o valor adicionado e social da empresa ou entidade), todas estas demonstrações são balanços, mas, nem toda a informação é um balanço (uma conta, por exemplo, não é um balanço, contudo, é uma informação).

Entrementes, não se confunde o Balanço com o fenômeno – como já disse anteriormente – porque este que é o verdadeiro objeto da contabilidade. Não existe gnose que deixa de estudar os fenômenos. São, pois, os “fenômenos jurídicos”; “fenômenos físicos”; “fenômenos metafísicos”; “fenômenos químicos” que as ciências propõem a estudar. E a contabilidade só poderia estudar os “fenômenos patrimoniais”.

Portanto, “a contabilidade e somente a contabilidade, como ciência, conhece o patrimônio aziendal, os seus elementos qualitativos e os seus valores nas várias categorias ou sistemas nos quais podem ser considerados; a contabilidade e somente a contabilidade, pode estudar a natureza dos investimentos patrimoniais, a sua constituição e a sua gestão, como também os financiamentos nas suas várias formas e modos de constituição e de realização em que podem ser efetuados; assim como ela está em grau de disciplinar corretamente o seu suceder”; “a contabilidade e somente a contabilidade, como ciência” como bem dizia Vincenzo Masi (1968, p. 35).

O estudo, pois, desta fenomenologia (conjunto e quadro de inumeráveis fenômenos e acontecimentos) é que compete ao cérebro do contador, já que as “mentes eletrônicas” garantem a informação fiel e organizada. A contabilidade prevalece, então, mais em teoria e análise dos acontecimentos que se classificam em categorias e sistemas diversos, do que, da prática informativa.

A explicação, nunca consútil, predominou hodiernamente, e conquistará poder sobre a informação na disciplina e profissão contábil, pois, amanhã, num futuro não muito distante, o trabalho do contador será do balanço “para cima”, porque, deste “para baixo” caberá a ilustre tarefa da informática e computação. A informação se alterará com o tempo até deixar de ser privilegio do homem contábil, mas, prevalece e prevalecerão sempre, os verdadeiros, poderosos e grandiosos fenômenos patrimoniais.

O fenômeno e fato podem ser considerados uma sinomínia na ciência, entrementes, na filosofia apresentam uma ligeira diferença: o fenômeno é aquilo que acontece totalmente passível de observação; o fato é o efeito total do fenômeno, portanto, mais abrangente, escapando até dos olhos do investigador.

Por exemplo, a paralisação de um objeto é um fenômeno, já a inércia é um fato.

Os fatos de que estuda a contabilidade são diversos: a eficácia dos estoques, a insolvência patrimonial, a prosperidade do capital, a incompatibilidade de giros das partes circulantes, a liquidez dinâmica e potencial, a invulnerabilidade do capital, a lucratividade dos investimentos, a rotação das dividas, a vitalidade circulatória, a rentabilidade do capital fixo, a capitalização são fatos, que a disciplina patrimonial estuda, e este último fato que citei (a capitalização) que será a principal temática tratada neste breve ensaio textual.

De uma maneira filosófica, a capitalização é um fato: ora, se os lucros e as reservas são fenômenos, os efeitos destes mesmos acontecimentos que não são totalmente observáveis constituem ser fatos, porém, na abordagem e essência cientifica – como já disse e Masi (1968) explicou – fenômeno e fato podem ser considerados uma mesma espécie a ser estudada.

Mantendo, a concepção gnosiológica, de que fenômeno e fato são uma mesma coisa, nestas breves linhas tratarei sobre os fenômenos de capitalização, afirmando desde já que tais objetos constituem ser um dos principais na comprovação científica da prosperidade do capital, propriedade da análise patrimonial explicada pela consultoria contábil.

3 – O capital e seu funcionamento

A conceituação do capital concerne a toda riqueza em atividade cujo objetivo principal é o lucro. Existe, porém, uma diferença, como bem disse Sá (1999) entre patrimônio e capital; o primeiro objeto seria a riqueza com o fim idealístico, próprio das entidades e instituições; o segundo elemento teria o escopo lucrativo, normal nas empresas, porém, tal terminologia é comumente utilizada para qualquer empreendimento. E não farei taxações nesta comum abordagem.

Sempre quando em doutrina se diz “Capital de Funcionamento” ou “Capital em funcionamento” o significado maior é de: capital em atividade, ou voltado para a operação dinâmica da azienda. Tal maneira de dizer sempre foi promulgada por diversas doutrinas a se destacar a tese de Sá (1965) que a utilizou com abundância (tal terminologia existia inclusive, no titulo de sua teoria na defesa de seu doutorado).

O capital em funcionamento é, pois, toda a riqueza em constante movimento com o intuito lucrativo que se dinamiza durante a atividade ou operação social da célula aziendal durante um período limitado e indeterminado. Como riqueza em funcionamento o capital pode ser considerado como continuo em processo de circulação, ou seja, o capital sempre se “renova” ou “gira” durante um espaço de tempo e tal comportamento pode ser considerado como normal na “vida” do ente-patrimonial.

Porém, deve-se destacar que o funcionamento do capital depende do tipo de atividade, ou o escopo definido da azienda, isto é: o giro do capital durante a operação do mesmo é relativo ao tipo de empresa ou entidade, como também à espécie do produto principal de operação.

Uma relojoaria deverá ter um funcionamento circulatório muito abaixo das demais células sociais, porque, o seu produto é de sobremaneira pouco consumido pela maioria da população, porque a sua necessidade durante a vida não é tão grande como a de um alimento, então o seu funcionamento em relação aos outros empreendimentos é muito diferente, principalmente, na circulação dos seus bens.

Uma padaria possui uma circulação mais rápida do seu produto; quer diariamente, quer de hora em hora, existe uma renovação da matéria prima, do dinheiro e do capital em geral, antes mesmo das exigências de dívidas a curto prazo. É uma lei interessante de funcionamento totalmente diferente da relojoaria.

Uma indústria de laticínio, por sua vez, atua num funcionamento diferente das outras já empresas já citadas: ela mesma realiza a produção, em diversas fases, estoca o produto, vende e perfaz tal ciclo, existindo uma preponderância na proporção do imobilizado em relação aos demais componentes de seu capital (e em comparação com os outros empreendimentos). A indústria como produtora possui uma operação social diferente, porque peculiar é o seu funcionamento.

Uma entidade, por exemplo, não terá o seu funcionamento semelhante às outras aziendas, ou seja, o seu desempenho giratório, lucrativo e financeiro será totalmente diferente, visto que, o seu escopo é idealístico e não material.

Ou seja, cada empresa, entidade, ou, digo, cada célula social possui uma determinada qualidade de funcionamento, um pertinente desempenho circulatório e operacional, juntamente com adequada proporção de seus componentes (que em muitos casos poderá estar anormal).

A medida “padrão”, matemática ou quantitativa de proporção do capital para as espécies em funcionamento não existe; há uma medida “ideal” para o empreendimento, mas, para o gênero de atividade não existe, porque variáveis são as partes, as condições dimensionais e sociais que interagem com a atividade da riqueza aziendal.

Também não se pode restringir o funcionamento do capital a apenas poucos fenômenos, deve-se considerar toda a fenomenologia do capital, ou seja, os giros, as entradas e saídas financeiras, os fenômenos de proteção, reforço e salvaguarda do capital; os investimentos e financiamentos, os custos, receitas e réditos, os fenômenos de compensação e diversos outros que fazem parte do movimento funcional do capital.

Ou seja, todos os fenômenos fazem parte do funcionamento do capital, então se considera toda a ocorrência, como que, todos os demais aspectos cinemáticos contrários à intermitência, mesmo quando, denotam estados específicos de comportamento.

A dinâmica sempre dirime a investigação contábil e a estática pode ser considerada como a cinemática em dado momento. O funcionamento mesmo estático é por essência cinemático.

De uma maneira substancial e analítica pode-se designar uma espécie de funcionamento para todos os capitais com relação à dinâmica, ou seja, em todos os patrimônios dos empreendimentos existe uma natureza de circulação o que levou a Sá (1981) conceituar que existe na riqueza organizada uma parte que se move rapidamente, outra que se movimenta semi-rapidamente, e ainda outra que se movimenta lentamente.

Conhecer tais características do capital de funcionamento é importante, para o estudo e análise dos fenômenos de capitalização, ou aportes do capital: fatos imprescindíveis para a atividade e prosperidade do patrimônio aziendal.

4 – A capitalização e a prosperidade do capital

Para entendemos os fenômenos de capitalização, como que a sua notável interferência sua prosperidade do capital é necessária primeiramente entender a origens genuína do capital aquilo que se denominar “capital próprio” ou “patrimônio líquido” conforme expressa a letra da lei 6404/76.

A origens de recursos que se demonstra inicial e fundamental na estrutura do capital de funcionamento, chama-se capital próprio-segundo o lidimo da doutrina – e tal grupo componente possui expressiva importância e um grau precípuo no escopo de prosperidade patrimonial.Também pode-se entender por capital próprio “o recurso que a azienda não buscou em terceiros, mas, em decorrência da sua própria existência, de seus naturais recursos.” Com bem disse Sá(2005, p. 123)

Portanto tal grupo possui um grau de importância tão grande que poderia se definir em tese, a eficácia reditual e até patrimonial, pela análise de sua natureza e operação, apesar do processo de toda análise ser relativo a diversos números de cálculos ou ratios (como se diz na forma clássica que significa “razão”).

A capitalização é, pois, fenômeno totalmente (no aspecto científico), voltado para o capital próprio, tal como Sá (2005, pág 157) em sua “moderna análise de balanços” abordou de maneira categórica sobre tal fenômeno dizendo: “O crescimento da empresa através da utilização de recursos próprios é saudável… A esse fenômeno se dá o nome de “capitalização” , ou seja, o fazer aumentar o capital próprio que originariamente foi vertido na empresa , com os frutos da gestão patrimonial do mesmo capital.”

Portanto, a capitalização é um fenômeno patrimonial que consiste nos aportes sobre o capital aumentando-o ou lhe proporcionando reforço, provocando um aumento de sua massa e conseqüentemente, estágios de eficácia constante ou prosperidade.

A atividade funcional do capital produz resultados, positivos quando lucrativo e normais que trarão acréscimos sobre o capital próprio e conseqüentemente sobre toda a riqueza constituída.

As reservas são produzidas ou originadas dos lucros que o capital possui em um dado exercício ou período, e servem para reforçar o capital de possíveis incerteza ou riscos inerentes á sua atividade.

A capitalização é, pois, um fato, filosoficamente falando, contábil que consiste nos acréscimos dos lucros e reforços dos reservas que produzem benesse á atividade e conseqüentemente transmite prosperidade à riqueza patrimonial.

Portanto, um dos mais importantes fatos de estudo contábil é o de capitalização produzidos pelos fenômenos de lucros e reservas do capital em funcionamento. E tal fato- o de capitalização –apenas traz reforços e benefícios a riqueza acabando por ser um dos sinais de prosperidade.Ou seja, quanto mais efetiva for a capitalização mais eficácia terá o capital e quando tal estado é constante temos a prosperidade. Então muito mais do que informar o fenômeno é necessário explica-lo no atual patamar de consultor em que está o contador.

É muito comum ouvimos falar sobre os risco do capital e a sua pertinente descapitalização porem, tal palavra repleta de conteúdos é dita até de maneira trivial nas práticas humanas, e cientificamente falando no aspecto contábil tal fenômeno negativo consiste em uma regressão na capacidade de dilatação e reforço do capital, provindo dos fenômenos de lucros e reservas, cuja ausência de efeito provoca um definhamento no capital até a “morte” da célula social.

A capitalização é, pois, um importante fenômeno contábil estudado pela “arte de lucros” – alusão de Platão (427 – 347 a.C.) à ciência contábil – cuja importância está personificada na própria eficácia constante do capital de funcionamento.

5 – A análise de capitalização

Quando se analisa o patrimônio, o escopo almejado que se colima a atingir é o de comprovar, firmar e orientar a eficácia dos fenômenos patrimoniais, através do entendimento e explicações das relações patrimoniais que chamamos de quocientes.

Muito se tem abordado sobre quocientes até de maneira muito pragmática sem respaldo cientifico, porém, tal cálculo é aquele “ratio” tão relatado em Grécia e Roma antiga e constitui ser a “razão” dos fenômenos contábeis ou patrimoniais.Então os quocientes são métodos e caminhos da contabilidade encontrar “os porquês” deste ou aquele estado patrimonial que revela a eficácia ou não. A razão – quociente da capitalização é a seguinte:

Lucros Acumulados + Reservas de Capital

Capital Próprio

Ou seja, tal razão explica o quanto existe de Lucros e Reservas no capital próprio, denotando o crescimento e reforço da riqueza em funcionamento. Suponhamos um exemplo de valores do capital próprio dito “Patrimônio Liquido” de uma empresa em três anos consecutivos (Anexos 1, 2 e 3):

Anexo 1

ANO DE 2001
Capital Próprio Total 1.045.000,00
Capital Social 850.000,00
Reserva Legal 35.000,00
Reserva de Lucros 50.000,00
Reserva Estatutária 10.000,00
Lucros Acumulados 100.000,00

Anexo 2

ANO DE 2002
Capital Próprio Total 1.200.000,00
Capital Social 850.000,00
Reserva Legal 50.000,00
Reserva de Lucros 10.000,00
Reserva Estatutária 30.000,00
Lucros Acumulados 260.000,00

Anexo 3

ANO DE 2003
Capital Próprio Total 1.500.000,00
Capital Social 850.000,00
Reserva Legal 60.000,00
Reserva de Lucros 110.000,00
Reserva Estatutária 80.000,00

Note que de acordo com o estatuto e legislação da empresa, as reservas foram se movimentando durante os tempos. Então aplicando o quociente durante os três anos poderíamos mensurar o comportamento dos fenômenos de capitalização:

Ano 1

100.000,00 + 95.000,00 = 0,19
1.045.000,00

Ano 2

260.000,00 + 90.000,00 = 0,29
1.200.000,00

Ano 3

400.000,00 + 250.000,00 = 0,43
1.500.000,00

Na medida em que os lucros foram crescendo a empresa obteve uma evolução de 226,32% na sua capitalização, comparando com a primeira análise realizada em 2001, isto é um sinal de prosperidade da capitalização do capital próprio em funcionamento.

Ou seja, o capital pode ser considerado próspero porque, os aportes ou as “entradas” que se afiguram como “retornos” e “reforços” no grupo “capital próprio” foram crescentes e positivos, quando isto acontece a eficácia é constante, como bem disse Sá (2005, p. 160) “ Se uma empresa vai apresentando sempre quocientes de capitalização em elevação, dizemos que a sua tendência é a de crescimento. Um crescimento constante de patrimônio Liquido, repito, é um forte indício de Prosperidade.”

Contudo, como toda a análise é regida pelo principio da relatividade é necessário produzir outras razões no estudo do patrimônio: o calculo de giros, de operacionalidade dos investimentos, de velocidade do capital próprio, de rotação de dívidas, de participação nos investimentos e financiamentos, de imobilização do capital próprio, de evolução das compras e vendas e outros cálculos que também deverão ser considerados para a segurança conclusiva da análise.

Portanto, tratei aqui neste breve ensaio textual ao alcance de todos, o fenômeno que com conspicuidade expressa a capitalização do capital, impreterível e inconfundível nos ditames da eficácia e procedimentos da análise, próprias para a explicação e consultoria contábil cientifica.

6 – Conclusão

Longe se foi o tempo em que os contadores não passavam de meros reveladores da riqueza, empenhando apenas, ou simplesmente, com a arrumação dos balanços e os cálculos de registros manuais, hoje tão fáceis de serem produzidos apenas com uma tecla de computador.

O contador hodierno é um consultor de empresa que ultrapassa a visão da informação explicando a mesma através das razões que denotam similitudes entre as partes e fenômenos patrimoniais, incluindo, aquelas atinentes aos fatos de capitalização tão necessários para a prosperidade do capital das aziendas.

A ciência contábil no seu atual patamar filosófico pode com total certeza de conclusão, analisar, mensurar, entender e explicar os fenômenos de capitalização do capital de funcionamento, que transmite aportes que geram notáveis crescimentos na substância patrimonial sempre responsáveis pelos estados ou resultados de eficácia constante das células sociais.

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Chaves da Silva Rodrigo Antonio. (2007, enero 14). Análise dos fenômenos de capitalização do capital em funcionamento. Recuperado de https://www.gestiopolis.com/analise-dos-fenomenos-de-capitalizacao-do-capital-em-funcionamento/
Chaves da Silva Rodrigo Antonio. "Análise dos fenômenos de capitalização do capital em funcionamento". gestiopolis. 14 enero 2007. Web. <https://www.gestiopolis.com/analise-dos-fenomenos-de-capitalizacao-do-capital-em-funcionamento/>.
Chaves da Silva Rodrigo Antonio. "Análise dos fenômenos de capitalização do capital em funcionamento". gestiopolis. enero 14, 2007. Consultado el . https://www.gestiopolis.com/analise-dos-fenomenos-de-capitalizacao-do-capital-em-funcionamento/.
Chaves da Silva Rodrigo Antonio. Análise dos fenômenos de capitalização do capital em funcionamento [en línea]. <https://www.gestiopolis.com/analise-dos-fenomenos-de-capitalizacao-do-capital-em-funcionamento/> [Citado el ].
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