Turismo e sustentabilidade ou turismo versus eco-turismo

“Visite antes que seja tarde demais!”- Todos temos ouvido este chamado acerca do último destino turístico da moda. Seriam os turistas tão destrutivos, capazes de arrasar com tudo em seu caminho? Ou será ainda pior, que como resultado de nossas demandas, fizeram-se “disneylândias” as localidades para se tornarem mais atrativas do que realmente são?

O turismo é uma das indústrias mundiais com um crescimento dos maiores e rápidos que existem. Tem grandes impactos sobre o meio ambiente, tanto o construído como o natural, e o que mais grave, sobre a paz dentro dele.

Mesmo assim ninguém pode negar o potencial positivo que têm os intercâmbios e conhecimentos trans-culturais promovendo interações de paz em todos os lugares do mundo. A desgraça real é uma homogeneização da cultura e um subjugo das tradições locais sob as demandas dos visitantes.

Alem disso, o turismo atrai custos que têm maiores conseqüências que as de outras atividades econômicas: desprezo pelas comunidades locais; erosão da identidade cultural; danos significativos ao meio ambiente natural; e aumento em violações dos direitos humanos são só alguns dos muitos golpes que se podem causar com o desenvolvimento do turismo. Os benefícios financeiros podem ser também ilimitados. De todo o intercâmbio estrangeiro trazido às localidades turísticas nos países em desenvolvimento, cinqüenta por cento se filtra de novo no primeiro mundo: para pagar a importação de material e equipamentos; a importação de bens de consumo; o pagamento de dívidas na construção de hotéis e centros turísticos e a retribuição aos investidores estrangeiros.

Uma das razões pelo alto grau de impacto é o tipo de turismo que promove a indústria: aquela do tipo recreativa – que assegura mínima interação com a população local e um compartilhar em um mínimo dos benefícios do turismo com esta mesma gente. As necessidades do turista são impostas em lugares mais exóticos ou in natura , sem tomar em conta a cultura local e as tradições populares. Alguns trabalhos são criados, mas em geral para ocupações de menor escalão e com pouca oportunidade de ascensão. Ao importar a maioria dos comestíveis, das bebidas e de outros produtos consumíveis no centro turístico, os produtores e artesãos locais não se beneficiam com nada. A construção mesma dos centros em geral, têm pouco que ver com as tradições locais, importando numa mudança exigida pelas normas internacionais de desenho e de conforto.

O eco-turismo é o outro extremo do aspecto, e se promove seguido como uma alternativa. Através de experiências positivas como os dos eco-turistas, os indivíduos ganham importantes percepções de outros meios ambientais e outras culturas. Mais e mais o eco-turismo oferece ao viajante a oportunidade de contribuir para o desenvolvimento sustentável de outras comunidades. Mesmo assim sua natureza de interação direta implica que só operações em menor escala o permite, e poder-se-ia abarcar os números que se envolvem ao falar numa espécie de turismo recreativo ( bublle tourism ). É verdade que ao incrementar em nível de eco-turismo , chegar-se-ia a encontrar eco-turistas pisoteando os mesmos recursos que se estivessem tratando de salvar.

A imagem tão absoluta pintada assim não deveria ser razão para minimizar o potencial positivo do turismo em si. A maioria das pessoas do mundo faz uma grande parte de seus contatos com as pessoas de outros povos e com outras culturas através de suas viagens. Como indústria, o turismo é uma das poucas que depende sobretudo da manutenção do meio ambiente natural, e o certo é que alguns setores da indústria estão reconhecendo este acerto. Além disso, ao crescer a indústria turística serão maiores os riscos que alteram o mundo natural.

Não deveria ver-se o turismo como uma atividade exclusivamente econômica, senão que através de seu contexto mais amplo e mais realista no que se refere a outros aspectos complementares como desenvolvimento local, cultural e ambiental. Planejar para o desenvolvimento do turismo não só deve incluir o desenvolvimento físico de seus centros, mas também como este pode afetar e encaixar-se nas vidas das comunidades locais de seu entorno. Tal planificação requer uma participação simultânea das populações e governos locais. Também tendem a apoiar o desenho da vernácula local refletindo suas condições e culturas.

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Braga Rodrigues Julênio. (2004, octubre 3). Turismo e sustentabilidade ou turismo versus eco-turismo. Recuperado de https://www.gestiopolis.com/turismo-e-sustentabilidade-ou-turismo-versus-eco-turismo/
Braga Rodrigues Julênio. "Turismo e sustentabilidade ou turismo versus eco-turismo". gestiopolis. 3 octubre 2004. Web. <https://www.gestiopolis.com/turismo-e-sustentabilidade-ou-turismo-versus-eco-turismo/>.
Braga Rodrigues Julênio. "Turismo e sustentabilidade ou turismo versus eco-turismo". gestiopolis. octubre 3, 2004. Consultado el . https://www.gestiopolis.com/turismo-e-sustentabilidade-ou-turismo-versus-eco-turismo/.
Braga Rodrigues Julênio. Turismo e sustentabilidade ou turismo versus eco-turismo [en línea]. <https://www.gestiopolis.com/turismo-e-sustentabilidade-ou-turismo-versus-eco-turismo/> [Citado el ].
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