Revitalização económica numa região deprimida

Instalação de uma empresa de comercialização de produtos agro-alimentares Nesta breve análise, procuraremos estabelecer uma relação entre a realidade do mercado no que diz respeito a políticas agrícolas, mercado global e mercado local.

O mercado dos produtos agro-alimentares tem vindo nos últimos anos a sofrer grandes alterações motivadas pela globalização que uniformiza os gostos dos consumidores e os habitua cada vez mais ao consumo de um número restrito de produtos seleccionados pelo aspecto e pelo paladar.

Estes têm sido os esforços de muitas empresas no sector, operando à escala mundial, no sentido de minimizar os custos de produção e logísticos, conseguindo assim uma redução significativa dos custos do produto, o que tem agradado às grandes unidades de distribuição alimentar (os chamados de hipermercados).

As alterações pelas quais a sociedade mundial tem vindo a passar face às inovações técnico – científicas, neste período que se tem vindo a chamar “globalização”, e, as transformações ocorridas no sistema agro-alimentar mundial têm tido essencialmente reflexo nas estruturas cooperativas do sector agrícola, sobretudo as relacionadas com os produtos alimentares frescos que têm vindo a perder o seu lugar para instituições com bases em políticas analíticas de mercado que visam ocupar o mercado de que as cooperativas eram detentoras.

Estas são as chamadas de empresas de produção e comercialização de produtos agro-alimentares.

Neste sentido, o objectivo principal desta exposição é mostrar a importância da associação como forma de organização social no meio agrícola e rural, sobretudo para a manutenção da sobrevivência e da actividade do agricultor em empresa de cariz familiar num mundo regido pela competitividade e leis mercadológicas, suscitadas pelas ondas da liberalização económica.

Assim, de modo a poder alcançar os objectivos propostos à criação da Empresa de comercialização de produtos agro-alimentares, será necessário elaborar pesquisas de campo procurando saber o que existe e quais as capacidades de aumentar a produção, mantendo a qualidade, de forma a que os agricultores não só lucrem com esta política, mas que também seja benéfico para a empresa ao ter mais produto e com valor mais reduzido, podendo assim, penetrar nos mercados com a mesma competitividade que as demais.

O mercado alimentar continua a ocupar um espaço muito importante na economia portuguesa. Mas a sua importância não se apresenta apenas pelo seu peso económico, mas também, por ser este o sector que “fabrica” o alimento que diariamente ingerimos.

Actualmente a indústria agro-alimentar cria um volume de negócios de cerca de 2.100 milhões de contos, emprega cerca de 120.000 trabalhadores e representa cerca de 16% do total da indústria portuguesa, num universo de mais de 8.000 empresas. Trata-se de uma indústria com grande dispersão das suas empresas, mas onde a maioria da produção está concentrada num número muito reduzido de unidades, cerca de 40 grandes empresas, que detêm cerca de 78% do mercado, enquanto que as pequenas ou micro empresas que representam cerca de 64% do tecido empresarial do sector é muito pouco representativa na economia ao não atingirem 8% desse mercado.

Sobretudo o nordeste transmontano, apesar das suas potencialidades de produção agrícola, insere-se no sector das pequenas ou micro empresas, estando assim, as empresas residentes sujeitas à exploração dos grossistas que têm vindo a aumentar a sua própria área de produção que estando ainda numa fase inicial, a curto/médio prazo poderão vir a deixar de necessitar do agricultor para satisfazer as suas necessidades de produto o que se vier a acontecer seria desastroso para a frágil economia da região.

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Assim, urge a necessidade da criação de uma empresa que irá incorporar como parceiro as Cooperativas, de modo a potencializar uma base sólida de produção cabendo à empresa o escoamento dos produtos.

Mas, para que tal seja possível é necessário envolver não só os agricultores mas também o Instituto Politécnico, a Universidade de Vila Real UTAD e o Estado neste projecto, no sentido de estudar e estruturar as áreas de cultivo disponíveis, aumentando a sua rentabilidade e criando parcerias entre os próprios agricultores no sentido de juntarem as suas terras (emparcelamento), minimizando os custos de produção, de modo a que possa existir uma concorrência positiva, atraindo mais capitais pela quantidade, para quem produz, fortalecer a empresa ajudando-a a conquistar quotas de mercado participando desta forma no desenvolvimento económico da região e sustentando uma actividade que ao ser deixada na actual situação, poderá deixar de existir na forma produtiva.

Uma Cooperativa, como parceiro comercial de uma empresa, necessita obrigatoriamente de uma grande reestruturação nos seus quadros orgânicos e nas suas políticas de actuação.

Diante do processo de globalização, crescimento e transformação do mercado quer local, nacional ou mesmo internacional, o movimento cooperativista, tem que se modernizar para atender às novas necessidades de produção, exigidas por um público consumidor motivado por novos modos de vida.

A importância do cooperativismo como espaço de politização e aquisição tecnológica para os produtores rurais, visando a adaptação destes aos novos tempos, são boas práticas que se devem continuar a desenvolver como imperativo à modernização do sector.

Autogestão participada, desenvolvimento científico/tecnológico, criação de um parque agro-industrial e de serviços, e a autonomia, são alguns factores que poderão abrir caminho para a manutenção do cooperativismo e, consequentemente, para uma participação mais efectiva e competitiva nos processos de globalização e integração de mercados regionais.

Quanto ao impacto de modernização de novas tecnologias no sistema cooperativo, é de salientar que as novas exigências da globalização requerem mudanças nas estruturas organizacionais das cooperativas que por consequência da liberalização dos mercados, a competitividade passou a ser o tema central para a sobrevivência de qualquer instituição ou empresa.

Com isso, também as cooperativas foram colhidas por essa onda global e a ela têm de se submeter por uma questão de sobrevivência. Assim, a procura por minimizar os custos de produção, profissionalização, qualidade, tecnologia, produtividade e outros, são imperativos da nova gestão cooperativa para o sucesso nesse contexto.

Frente a esse novo modelo, ele periga a diminuição da democracia na tomada de decisões por parte dos cooperados visto que isso é muito moroso e as circunstâncias exigem agilidade, salientando ainda que os maus cooperados devam ser eliminados.

Com isso, em tempos de globalização os principais ideais da doutrina cooperativista vêm perdendo o seu real significado.

As grandes transformações empreendidas pela globalização, que a cada dia que passa se ampara mais em meios técnico – científicos e informais, provocaram e continuam a provocar a reestruturação de todos os sectores produtivos.

Nesse sentido, as cooperativas e associações não escapam a essa nova lógica. Assim, as novas cooperativas, e por forma a acompanharem a evolução das necessidades dos mercados actuais, terão de definir estratégias que vão desde a optimização, flexibilidade do trabalho na cooperativa – modelo de gestão – até à industrialização e diversificação da produção.

Deste modo respondendo aos novos desafios à que criar modernos conceitos de produtividade e de maior qualidade, as cooperativas passam a actuar como molas propulsoras no desenvolvimento e adopção de novas técnicas que garantam a maior produtividade e lucratividade, afastando-se do conceito em que o cooperativismo, no quadro da política agrícola comum, é um dos instrumentos mais usados pelos governos para atingir os seus objectivos políticos de redução do desemprego com a canalização de capitais comunitários mesmo que descabidos no contexto de política económica, desvirtuando assim, as cooperativas e dando lugar ao capitalismo levando-o de forma mais rápida a ocupar esses campos deixados por falta de objectivos e organização.

Caso se consigam romper algumas das barreiras anteriormente descritas, O nordeste transmontano tem todas as condições de implantar no seu espaço uma empresa com as características apresentadas, aproveitando de alguma forma a boa imagem que os produtos locais têm em termos regionais, mas que estão ainda em estado bruto como marca/insígnia de produto no mercado nacional, não só por carência de objectivos de Marketing em torno do produto, como também, em termos de posicionamento destes e referência preço que se destina a um nicho muito reduzido do mercado, promoção e distribuição.

Em termos de Marketing detectamos as seguintes necessidades

  • Devesse identificar todos os produtos produzidos ou com capacidade de produção não só numa área restrita, mas sim, fazendo uma maior abertura de mercado a toda a região do nordeste transmontano;
  • Analisar os custos de produção/mais valias comerciais;
  • Aproveitar os produtos com denominação ou origem protegida;
  • Criar sub-produtos de qualidade inferior mas que mantenham as suas características originais;
  • Analisar os canais de distribuição;
  • Criar uma gama de produtos que permitam à empresa laborar todo o ano;
  • Elaborar um estudo de mercado aprofundado que identifique: a situação real do sector agro-alimentar e canais potenciais de comercialização ou parceria;
  • Elaboração de plano de Marketing;
  • Elaboração de plano de formação profissional e cívica para agricultores.

Acredito que a empresa a formar deve optar por um modelo e posição no mercado, sob a forma jurídica de S.A. ou SGPS, de modo a permitir o seu crescimento, bem como a introdução nos seus capitais de investidores/partner’s quer sejam pessoas singulares ou colectivas.

Mantendo o low-profile que muitas das potenciais empresas que possam aderir a este projecto requerem.

Não posso deixar de alertar para o facto de que podendo esta empresa ser implantada na região do nordeste transmontano, local sem grandes vias de acesso e sem grande historial na industria, será necessário um grande trabalho de comunicação antes, durante e após a sua instalação. Trabalho profissional e com objectivos bem delineados.

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Costa Ramos Ricardo. (2005, marzo 3). Revitalização económica numa região deprimida. Recuperado de https://www.gestiopolis.com/revitalizacao-economica-numa-regiao-deprimida/
Costa Ramos Ricardo. "Revitalização económica numa região deprimida". gestiopolis. 3 marzo 2005. Web. <https://www.gestiopolis.com/revitalizacao-economica-numa-regiao-deprimida/>.
Costa Ramos Ricardo. "Revitalização económica numa região deprimida". gestiopolis. marzo 3, 2005. Consultado el . https://www.gestiopolis.com/revitalizacao-economica-numa-regiao-deprimida/.
Costa Ramos Ricardo. Revitalização económica numa região deprimida [en línea]. <https://www.gestiopolis.com/revitalizacao-economica-numa-regiao-deprimida/> [Citado el ].
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